Thursday, June 28, 2007

Lisboa - O angustiante olhar da sobriedade

Diz-me, onde pára ele? Oh, o nostálgico relembrar de uma Lisboa perdida!
Aquela da infância, preenchida por automóveis fumadores, luzes incandescentes e uma dor de cabeça bem merecida ao fim do dia. A agitação frenética dos humanos que se cruzam vezes sem conta, sem sequer darem conta disso. (Não, não era minha intenção fazer um jogo de palavras barato numa tentativa de embelezar o texto! Quem me conhece sabe que não me meto nisso!). Os cenários cinzentos e monótonos de Lisboa. O combustível humano que é accionado à base da indiferença. Os museus. As memórias individuais. Flashes. Nostalgia sufocante. E se a minha melhor recordação de Lisboa nunca tivesse, de facto, acontecido? Pânico.
Lembro-me das noites de Bairro Alto, regadas a Absinto e inconsciência juvenil - o inicio da perda da inocência. Drogas. Tentativas de engate frustradas. Diálogos existencialistas com taxistas. O sobressalto constante dos assaltos. Agora que olho para trás, choro pelo que me deveria fazer sorrir. Para mim, o recordar será sempre algo triste e melancólico.
Quando penso nessa Lisboa adolescente e cheia de vida, apercebo-me que o nosso maior crime era somente a Diversão. Por vezes rude, por vezes absurda - mas mesmo assim Diversão.
Eram tempos complicados e o nosso comportamento era reflexo disso. E eu era bom nisso. No alinhar. No fazer parte. No estar na linha da frente.
Ah, Lisboa! Morro por dentro quando me lembro dos túneis, do anoitecer, dos semáforos compactos e do irritante tráfico. Vou olhando o rio que jaz sobre a ponte e lambo as lágrimas que temperam o sabor horrível da seguinte constatação: a Lisboa que eu conheço já não existe. Jaz.

Wednesday, June 27, 2007

Álcool - O desespero boémio de uma realidade concreta


O álcool. A faca que rompe a ténue linha que divide o génio do louco. Escondo-me, embriagado pelo confortável desespero da ressaca. Quantos mais dias vou ter que aturar isto? Passar o dia seguinte a ponderar se hei-de dizer alguma coisa às pessoas lesadas pelas minhas acções, numa tentativa de aliviar o incómodo causado - "Desculpa ter-te atirado um isqueiro de metal à cabeça"; "Desculpa ter vomitado na tua piscina"; "Desculpa, juro que não sabia que era tua irmã" - mas raramente o faço. Tenho medo de ser visto como um ser errante e imperfeito. Gosto de pensar que tudo segue um plano racional, que eu tenho controlo sobre tudo o que faço. Escondo-me por detrás da máscara a que eles dão o nome de sarcasmo. Tu que lês: este que tu conheces não sou eu. Neste momento, deambulo pelo quarto, a dar voltas mentais em torno de um episódio - luzes brancas, telemóveis com novas mensagens recebidas, batatas fritas e imperial, mau hálito, meninas convencidas e bonitas, outras feias ou comprometidas, um rápido e inconcreto olhar no espelho, um susto. Porquê esta sina? De onde vem este embaraço? Culpo o álcool pelas minhas acções. Cego pelo excesso de luxo e caos, esqueci-me de analisar a perspectiva que me coloca no papel de vilão. Não me culpo por beber. Isso, meu amigo, é errado.

Thursday, June 21, 2007

Reminiscências Pt.1 - A Inevitável Solidão do Ser Pensante


Sinto-me velho, perseguido pelas saudades da vida que eu nunca tive, das mulheres que eu nunca amei e das viagens que eu nunca fiz - oportunidades para sempre perdidas, trocadas por infindos momentos de decepção e desespero cataléptico. O sonho de um passado tão distante e, ao mesmo tempo tão próximo, remete-me para uma outra reencarnação.
“Diz-me com quem andas, dirarte-ei quem és” - alguém, cujo nome não me recordo agora, certo dia afirmou que as amizades de um individuo são a extensão da personalidade deste. Quem o disse decerto que não estava de todo errado. Porém, esqueceu-se de reflectir sobre um ponto importante: qual é a extensão da personalidade de uma pessoa que não tem amigos? Será válida a personalidade de todos os homens e mulheres que fazem da televisão um fiel amigo ou de uma garrafa de vinho um confidente?

Reflicto nisso. Suspiro.

Tuesday, June 12, 2007

A beleza está nos olhos de quem a vê!

Um crítico de arte do Reynolds News pergunta a Jackson Pollock:
"O que é que justifica o elevado preço dos seus quadros?"
Pollock respondeu:
"Em primeiro lugar, têm a minha assinatura. Em segundo, se não os vendesse a este preço, ninguém lhes daria valor"

Esclarecido?!

Monday, June 11, 2007

Espelho mágico, espelho meu, diz-me que génio compositor sou eu!

"God's away...
God's away...
God's away in business...
Business!"

Confesso que não estava à espera de uma resposta tão precisa. Mr. Waits teve grande influência na minha vida. Ainda tem.
Outro ponto positivo a salientar é que não sou o Kurt nem o Jim nem nenhum cliché gasto... além de que espero viver mais do que 27 anos!
A ver vamos...

Experimenta aqui.